Há duas causas que ocorre o sentimento da culpa, uma que procede do inconsciente, da sombra psicológica que parte do arquétipo pessoal e coletivo em que Jung definiu. Apresentando como algum tipo de conflito emocional, podendo ser representadas por ideias, sonhos, ou conteúdos reprimidos.
A segunda causa pode ter origem na infância, da má-formação educacional,especialmente quando impede a criança de desenvolver a sua personalidade, normalmente os pais ou responsáveis exige que a criança concorde com as suas ideias que estabelecem parâmetro de conduta, sem terem a capacidade de observar as aspirações da criança ou do jovem, não considerando que é um indivíduo em desenvolvimento e formação na construção do si mesmo; essa conduta errônea dos adultos deixa gravado no consciente das crianças a forma de ser, de conviver ou de agradar etc, dando surgimento de conflitos, a diversas culpas.
Expressões piegas como por exemplo: “já é uma mocinha, trata-se de um rapazinho”, inculcando-lhes condutas extravagantes, sem que deixem de ser realmente crianças.Essa forma de educação dando um lugar a criança que ainda não lhe pertence por estar em formação fisiopsicoemocional, não lhe cabendo ainda o discernimento do certo e do errado. Assim conspirando para a instalação da culpa.
Essa criança quando adulto, torna-se codependente, isto é sem liberdade de ação, de satisfação, culpando-se toda vez que se permite um prazer pessoal, perde a capacidade de dizer não, de dizer o que pensa, o que sente ou do que deseja. Esse comportamento de insegurança quase sempre desencadeia processos sutis da culpa.
A culpa é resultado da raiva que alguém sente contra si mesmo, de forma interna, onde a sensação de algo que foi feito erradamente, gerando conflito de consciência, principalmente pelo medo de cometer novos desatinos podendo se torna triste, infeliz, desmotivado e culminar em depressão.
Quando se identifica que se realizou alguma ação contra outrem de forma a prejudica-lo isso lentamente se torna um remorso, que nada mais é que a identificação do erro cometido, a próxima etapa a ser elaborada seria a da reparação.
No Processos de libertação da culpa quando a ação cometida se elabora de forma consciente racionalizando e refletindo há um recurso saudável da culpa que deve acompanhar os atos humanos quando encarado como um sentido de responsabilidade.
A responsabilidade dentro de uma ética moral, insculpe no individuo como alguém que pode cometer erros em certas ocasiões, mas que não persiste no erro, sendo que a reparação ou o perdão a quem prejudicou,onde o passo a ser seguido é da mudança de atitude em relação a vida e aos relacionamentos.
A saúde emocional e comportamental requer a libertação das amarras da culpa, que se instala nos processos de desenvolvimento do indivíduo, do meio no qual vive, da cultura. Mas o remédio necessário nesses casos é o discernimento que permite as reparações quando equivocadas, responsabilidade das atitudes e o amor a si próprio, fazendo-se humilde a reconhecer seus comportamento equivocados.
Psicóloga Patrícia Toniote
(CRP 12/15543)
Graduação em Psicologia pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)
E-mail: patricia@r2psicologia.com.br