POWER COUPLE BRASIL - R2 Psicologia

Desde a sua estreia com a apresentação de Roberto Justus, um fato sobre este programa chama atenção de quem o acompanha: muitos dos maridos e esposas que participam do confinamento acabam se separando depois de terem as vidas expostas na televisão. A coluna conversou com o psicólogo e neurocientista Fabiano de Abreu para entender por qual motivo isso acontece.

“Na presença constante e sob pressão, são revelados todos os pormenores da personalidade de um ao outro. O que sustenta o relacionamento é o mistério, a fantasia, a ‘eterna’ descoberta dos dois. A possibilidade de surpreender sempre. Quando não há mais esse mistério a ser revelado, o tédio entra em cena, a falta de admiração; e consequentemente a chama da paixão se extingue e tudo vira cinza. O reality show Power Couple Brasil promove uma ‘revelação total’, uma sinceridade que se transforma em ‘sincericídio’ da relação. E não é apenas este fator, a própria ‘fama’ pode revelar um eu desconhecido, um ego inflado que deseja voar só, por horizontes mais altos. As novas oportunidades distraem a consciência de que tudo é momentâneo e engana criando a hipótese de possibilidades mais enriquecedoras. Como se pudesse ter, sozinho em sua caminhada, uma nova vida mais feliz mediante ao sucesso”, afirmou Fabiano.

Ainda segundo o psicólogo, depois de vivenciar uma experiência como a do reality show de casais da Record, não há mais o conforto do “nós” entre eles. “Um dos pares quer desatar o nó e voltar a ser apenas ‘eu’. O narcisismo é reativado e potencializado, se um é famoso o outro se coloca no lugar de inferioridade, se submetendo a aceitação e, quem sabe, a sensação de aproveitamento, as chances de manter o relacionamento aumentam. O que pensa ser famoso, se coloca em posição de superioridade e o outro passa a ter uma segurança de estar com alguém que lhe satisfaz, mas quando isso acontece dos dois lados, há um conflito interno”, disse.

Ele afirma que o Power Couple também revela uma competição pelo espaço entre ambos. Num casal, sempre há um mais dominante e quando ambos sentem estar no mesmo patamar, uma rivalidade é criada e inconscientemente isso prejudica o relacionamento. “Para estabelecer uma relação duradoura, o casal não precisa ser perfeito em suas ações, mas necessita da condição da reciprocidade para que seja saudável”, finalizou.

Matéria retirada do site https://www.metropoles.com/ da Coluna de Léo Dias

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